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A mostrar mensagens de 2015
Quero quebrar estas montanhas E deixar-me ir. Quero extravasar todo o meu ser E fugir. Quero mudar por completo, Quero existir. Quero me fartar de ser nula, Quero importar. Para alguém, para quem quer que seja, Não importa! Quero ser mais do que sou, Quero a resposta Para o vazio, o buraco fundo, Para suportar todo o meu mundo. Não quero só ver a luz, Quero alcançá-la, Quero pegar nesta vida E conseguir mudá-la.
Está lua cheia, já viste? E esta lua que se ergue por detrás das montanhas, é sempre igual e ao mesmo tempo tão diferente de qualquer outra lua cheia que me tenha acompanhado ao longo dos anos. Desde criança nunca fui maluca ao ponto de sonhar um dia ir à Lua. Não! Sempre preferi ficar aqui, na minha zona de conforto, e deixei que a Lua viesse até mim. Então, uma vez por mês ela erguia-se em toda a sua forma, brilho e esplendor e ficava a noite toda a brilhar para mim. Que egoísmo pensar que ela se erguia só para mim! A verdade é que ela se erguia para o mundo, mas neste mundo, parece que só eu lhe prestava atenção. Por isso, e só por isso mesmo, passei a tê-la como minha. Porque tudo o que cativa a minha atenção, passa a ser um bocadinho meu. Tenho pena de nunca ter tido esse desejo incontornável de ir à Lua. Quem sabe, talvez me tivesse ajudado a alimentar o meu lado sonhador? Esse lado que já quase não existe, enterrado na conformidade dos meus dias, um a seguir ao outro, difere
Amo-te nesta ideia nocturna da luz nas mãos E quero cair em desuso. Quero sentir-te em momentos vãos E dar-te a conhecer o meu corpo E ser mais do que os amantes são. Quero ser carne da tua, Quero respirar-te em meu ar. E entrelaçados em dois mundos, Deixemo-nos num só a divagar. E esqueçamos a vida lá fora, Que está noite e a Lua é morta. Hoje só me quero perder em ti, Nesse corpo que me conforta. E sem ter limites a me travar, Vou além dos meus horizontes. Dou-me a ti neste novo amar E sentindo-te entre suspiros vários, Teu corpo suado colado no meu, Ignorando os nossos fadários, Foste o melhor que o fado me deu.

O Nosso Retrato

Entre fotografias, imagino o nosso retrato, a dois e não rasgado ao meio. Imagino o teu suspiro ao meu ouvido : "Esta será a nossa primeira memória juntos!" Mentira, já haviam memórias muito antes desse retrato. As memórias, nós já as íamos fazendo ao longo de cada conversa, de cada assunto falado, de cada ponto em comum que íamos encontrando... as memórias foram cada momento que imaginámos como seria, se o passássemos juntos. Agora resta-me a ausência... resta-nos a ausência! Cada passo vertiginoso que deste em direção ao abismo que nos afastou, nos levou ao dia de hoje. Sinto a tua ausência. Sinto falta da tua presença. E por aqui fico, com o desejo de que sintas também, profundamente, como te perturba o meu afastamento. Pode ser que te faça falta a minha presença na tua vida e que desejes voltar atrás no tempo, para corrigir o percurso errante das palavras que me disseste. Espero ansiosamente esse dia! Mas até lá, nada mais me resta para além dos teus retratos... e as m

Até Um Dia!

Foi quase como arrancar um penso rápido. Doeu, mas foi um só puxão e já estava. Digo eu agora que é melhor assim. Ao fim e ao cabo andámos durante os últimos meses a adiar o inevitável. A distância, esta distância que sempre falou mais alto, foi quem se impôs no final. Sua cabra! Não digo que deixaste de ter importância, porque estaria a mentir a mim própria. Digo que saíste da lista de prioridades, porque é o mais certo. Da mesma maneira que deixaste de me ter como prioridade nessa tua vida ocupada, entre trabalhos noturnos e bebedeiras, que eu sempre tentei compreender pacificamente. Mas por certo, o que mais me custou não foi isso de inverter as prioridades na minha vida. Digo-te, e tu sabes bem disso, que o mais custoso nisto tudo foi ouvir palavras tão malfadadas da mesma pessoa que outrora me dizia as coisas mais bonitas e doces. E eu, como parva que sempre fui, esperava pacientemente o teu regresso. Até o dia em que regressaste e cuja prioridade não foi matar saudades minhas,

Esperança Vazia

Quando a saudade me abraça, Por de ti não ter mais novas. Sinto calada, esta casa. Emudeço nas minhas trovas E sinto no peito, um aperto, Quando estou sozinha à noite E sei que não estares é tão certo... E estando eu neste leito frio, Olho para o lado, sem nunca te ver, E querendo chorar, sorrio, Mesmo sabendo que não te vou ter. E saboreando a vazia esperança, Tendo o que só o sonho alcança, Sei que sou tola sem eu o saber.                   

Sinceramente, tua!

Que raio estou eu aqui a fazer? Pergunto-me uma e outra vez. Tenho na minha frente o computador, as mãos paradas no teclado. Procuro algo para escrever, uma ideia, qualquer coisa, mas não consigo. A cada volta que dê ao pensamento, procurando uma luz, tu bloqueias-me. Tens o controlo total e absoluto sobre aquilo que penso. Não me perguntes como o conseguiste, mas a verdade é que o conseguiste. Não sei de mais nada. Tu, tu e só tu. E eu aqui, numa espera incessante. Vai dar? Não vai dar? Sei que ultimamente tudo se resume a isso. A sonhar acordada. A sonhar contigo. A sonhar connosco. Sempre fui muito confusa, em tudo na vida. E aquele velho lema de seguir o que o coração dizia, comigo nunca resultou muito bem. Tudo se resumiu a uma série de falhanços que me levaram ao que sou hoje. Sou mais fria. Sou menos lamechas. Sou mais descrente no amor. Tenho pena! Havias de me ter conhecido nos tempos em que apaixonar-me era parar tudo na minha vida e depositar todo o meu tempo, o meu ser e

Saudade

Saudade... o sentimento mais vazio e indescritível que possa existir. Tenho saudade de tanta coisa, sobretudo tenho saudade do tempo em que não tinha saudades de nada, em que tudo o que um dia me iria fazer falta, estava lá. Agora há tanta coisa que me faz falta. As coisas à minha volta, que me completavam, foram desaparecendo. As pessoas que me preenchiam, foram se indo, na sua grande viagem. Agora as saudades que sinto das pessoas, dos momentos, ficam à distância de uma lembrança. E sabe tão bem lembrar. Lembro as pessoas, as vozes, os cheiros... Lembro as histórias que a minha avó contava, uma e outra vez. Eram tantas e foram repetidas tantas vezes. Eram um pequeno tesouro que sempre quis guardar, que sempre pensei que teria tempo de guardar, mas a oportunidade passou. Desperdicei-a em vão. Parece que mal perdeu a capacidade de ser uma boa contadora de histórias, e todas as que me havia contado, durante mais de 20 anos, desvaneceram-se na minha memória. Tenho saudades de a ouvir

Minha Libertação

Às vezes sinto que me invade o vazio. Parece que já a nada pertenço. Tenho tudo, mas ao mesmo tempo não tenho nada. Sou como uma folha de Outono. Desprendi-me da árvore e agora só me resta andar ao sabor do vento. Vou a todo o lado, mas não tenho destino algum. Todos os caminhos me pertencem, mas nenhum me leva na direção desejada... Nem eu sei qual é a direção desejada. Toda a vida me senti assim, errante. Desenquadrada. Faço parte de uma pintura à qual eu não pertenço. Quero me libertar. Quero sentir nas veias, correr o meu sangue quente. Quero ter vida! Mas eu tenho vida. Uma vida extenuante. Uma vida sem objetivos. Uma vida cujos episódios vou vivendo em piloto automático. Mas eu quero mais! Estou sedenta por viver uma Vida. Por ter vontade de lutar, de buscar algo melhor. Por viver a sério, como as pessoas felizes fazem. Estou sedenta de libertação. Mas não é uma libertação qualquer. É uma libertação que vai mais além do que aquela que atinjo no meio destas palavras soltas a

É só o começo...

É só um dia de Outono. É só o começo.  Fechas a porta e fica tudo lá fora. Deixa a chuva cair, deixa a trovoada soar pelos céus. Entrelaça-te entre a roupa da tua cama e deixa-te ficar. Fecha os olhos no silêncio da tua mente e ouve.  Ouve a cantiga do vento. Ouve os versos que a chuva entoa. Ouve os teus pensamentos e os versos vazios que vais fazendo.  Imagina-te noutro lugar qualquer. Sonha! Sonha com o sabor do Verão e o cheiro a brisa do mar. Mas são só devaneios. Então esquece-os. Deleita-te só com a chuva que este Outono vem trazendo e esquece o resto!